“Desejo encerrar este
ensaio com a história do monge Fu, de Tai-yuan, que viveu no começo das Cinco
Dinastias (século XI). Ele sucedeu a Hsueh-feng, mas nunca assumiu a direção de
um mosteiro; preferiu cuidar da limpeza do banheiro, a serviço da Irmandade (Sangha).
Certa ocasião, quando tomava parte de um serviço religioso, em Chin-shan, um
monge perguntou-lhe:
- Já esteve em Wu-tai Chan?
Wu-tai Chan é um lugar
conhecido por ser a morada terrestre de Manjusri. De todas as partes dirigem-se
para lá os peregrinos, inclusive do Tibete e da Índia, e dizem que o Bodhisatva
Manjusri costuma manifestar-se aos devotos sinceros.
A montanha fica na
província de Chan – hsi, noroeste da China, enquanto que Chin-shan fica no sul da
China.
O monge Fu respondeu:
- Já estive lá uma vez.
- Então, você viu
Manjusri? – perguntou-lhe o outro.
- Sim – respondeu Fu.
- E onde o viu?
E Fu respondeu: - Bem
diante da porta do auditório do Buda, em Chin-shan”.
O texto acima está no
ótimo livro “A Doutrina Zen da Não-Mente”, editora Pensamento, página 127,
autoria do grande pensador do século XX, Daisetz Teitaro Sukuzi, professor de
filosofia budista na Universidade Otani, Kioto, Japão.
O monge Fu dá a
entender, então, que o Bodhisatva Manjusri pode se manifestar/aparecer/materializar-se
em qualquer lugar: norte, sul, leste ou oeste. Se a pessoa é um
praticante/devoto sincero consegue vê-lo, senti-lo, conversar com ele e receber
as respostas das mais variadas formas.
É interessante que,
nos anos 1950, a
escritora brasileira cujo pseudônimo, ou nome iniciático, ou nome dármico era
Chiang Sing esteve pessoalmente na região citada e presenciou a materialização.
Ela publicava semanalmente uma crônica no jornal carioca Diário de Notícias,
depois foi incentivada por outros escritores amigos a reunir as colunas em
livro e publicar um volume. Assim fez, e tempos depois foi editado o “Mistérios
e Magias do Tibete”, pela antiga editora Freitas Bastos.
As aparições costumam acontecer, anualmente, no Sagrado Festival de Wesak, lua cheia do mês de maio.
Os incrédulos diziam
que aquilo era ficção/fantasia e não acreditavam. Mas o que estamos querendo
mostrar com esta postagem é que um professor doutor de fama internacional como
era Suzuki confirma a história.
O livro de Chiang
Sing, aqui e acolá, ainda vejo em sebos do Rio.
No mais, reverências,
glórias e gratidão ao grandioso Bodhistava da Sabedoria Manjusri que em função
de sua compaixão pelos humanos os ajuda das mais diversas formas.
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